terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

o Infante - Analise

ANÁLISE DO POEMA

1ª Estrofe:


  • Deus quer – o homem sonha – a obra nasce.
    “Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse.”

    *Complemento Directo

  • Passagem do Presente para o pretérito perfeito.
  • Último verso: “Sagrou-te” – o homem (Infante) sonhou, “e foi desvendando a espuma”
  • A missão do homem é unir a Terra.

2ª Estrofe:

  • A Obra nasce -> O homem português começou a descobrir o Mundo “clareou, correndo, até ao fim do mundo,” .
    ->Surgiu (a terra) redonda do “azul profundo”.

3ª Estrofe:

  • Representa um momento de síntese e reflexão.
  • A conquista do mar não foi suficiente porque falta concretizar um novo sonho.
  • Temos de nos ver como uma grande nação – criar um Império Espiritual.
  • Retoma-se a trilogia – quem (Deus) te (Homem) sagrou criou-te português. Para que o homem reflicta sobre o seu passado histórico.
  • Passagem do passado para o presente – O que falta então? “Falta cumprir-se Portugal ”


    Como?
    -> O Poeta, sugere que Deus queira, para que o Homem
    possa voltar a sonhar e assim surja uma nova obra (tem de surgir um novo ciclo).

Estrutura tripartida:

1ºparte – 1º Verso do poema.

  • Aqui encontra-se uma afirmação tripartida, do tipo axiomático,
    de ordem lógica: Causa (O Homem) – Efeito (A Obra)
    -> O Homem é o agente, mas se Deus não quisesse, o Homem não sonharia e a obra (qualquer acção humana) não nasceria. O 1º determinante é Deus.


2ªparte – Do 2º Verso, ao final da 2ª estrofe.

  • Expressa-se a vontade de Deus - “que a terra fosse toda uma,”
  • O Infante é o confiado para fazer nascer a obra: levou a “orla branca”, ate “ao fim do Mundo”
  • Surge a obra – “Surgir, redonda, do azul profundo.”
  • Três momentos - Acção de Deus

- Acção do Homem ungido por Deus

- Surgimento da obra




3ªparte – Ultima estrofe.

  • Transpõe-se para os Portugueses a obra do infante: “Quem te sagrou criou-te português.”
  • Desmoronou-se o império dos mares.
    ->“e o Império se desfez.” Falta algo para Portugal se enaltecer.

    “Senhor, falta cumprir-se Portugal”

Ao longo do Poema...

Geral (Deus) -------> Particular (homem e a obra)
Infante

Particular (Infante) ---------> Geral (Portugueses) - “Quem te sagrou criou-te português.”

  • Tese –--> Cumpriu-se o mar. -> Causa remota – Deus
    -> Causa próxima – Homem Português

Antítese – “o império se desfez”

->O poeta evoca “o Senhor”, para que surja uma nova acção sobre o homem de forma a trazer de volta a glória do povo Português.

Síntese

  • O poema é dramático e apresenta um apelo final, para que surja um novo ciclo de:

Vontade de Deus – sonho do homem – surgimento da obra;

Mas como é mais belo sugerir do que afirmar, o poeta faz isso mesmo, sugere que surja uma nova vontade de Deus!



Análise formal:

Vocabulário:

  • Eufórico e luminoso: “orla branca”; “Clareou”;
  • Carregado de conotações simbólicas:

->“sagrou”- sagrar – sagrado por Deus; “

->"desvendando a espuma”,

->“Mar” e “Mãe” letra maiúscula para dar grandeza;

->“azul profundo” – mar imenso e misterioso;

->“redonda” - a esfera é o símbolo da perfeição que só poderia surgir de uma divindade;

  • Verificam-se frases curtas
  • Existem três personagens: Deus, o Infante (povo português) e o poeta;
  • Regista-se uma passagem: presente – passado – presente; reforçando a ideia de tese – antítese – síntese;
  • Existem três quadras, os versos são decassílabos, acentuados na 6ª e 10ª sílabas;
    Ritmo largo e esquema rimático: ABAB, CDCD, EFEF; permite que as palavras-chave se encontrem no final dos versos;

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