ANÁLISE DO POEMA
1ª Estrofe:
Deus quer – o homem sonha – a obra nasce.
“Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse.”
*Complemento Directo
- Passagem do Presente para o pretérito perfeito.
- Último verso: “Sagrou-te” – o homem (Infante) sonhou, “e foi desvendando a espuma”
- A missão do homem é unir a Terra.
2ª Estrofe:
- A Obra nasce -> O homem português começou a descobrir o Mundo “clareou, correndo, até ao fim do mundo,” .
->Surgiu (a terra) redonda do “azul profundo”.
3ª Estrofe:
- Representa um momento de síntese e reflexão.
- A conquista do mar não foi suficiente porque falta concretizar um novo sonho.
- Temos de nos ver como uma grande nação – criar um Império Espiritual.
- Retoma-se a trilogia – quem (Deus) te (Homem) sagrou criou-te português. Para que o homem reflicta sobre o seu passado histórico.
- Passagem do passado para o presente – O que falta então? “Falta cumprir-se Portugal ”
Como?
-> O Poeta, sugere que Deus queira, para que o Homem
possa voltar a sonhar e assim surja uma nova obra (tem de surgir um novo ciclo).
Estrutura tripartida:
1ºparte – 1º Verso do poema.
- Aqui encontra-se uma afirmação tripartida, do tipo axiomático,
de ordem lógica: Causa (O Homem) – Efeito (A Obra)
-> O Homem é o agente, mas se Deus não quisesse, o Homem não sonharia e a obra (qualquer acção humana) não nasceria. O 1º determinante é Deus.
2ªparte – Do 2º Verso, ao final da 2ª estrofe.
- Expressa-se a vontade de Deus - “que a terra fosse toda uma,”
- O Infante é o confiado para fazer nascer a obra: levou a “orla branca”, ate “ao fim do Mundo”
- Surge a obra – “Surgir, redonda, do azul profundo.”
- Três momentos - Acção de Deus
- Acção do Homem ungido por Deus
- Surgimento da obra
3ªparte – Ultima estrofe.
- Transpõe-se para os Portugueses a obra do infante: “Quem te sagrou criou-te português.”
- Desmoronou-se o império dos mares.
->“e o Império se desfez.” Falta algo para Portugal se enaltecer.
“Senhor, falta cumprir-se Portugal”
Ao longo do Poema...
Geral (Deus) -------> Particular (homem e a obra)
Infante
Particular (Infante) ---------> Geral (Portugueses) - “Quem te sagrou criou-te português.”
- Tese –--> Cumpriu-se o mar. -> Causa remota – Deus
-> Causa próxima – Homem Português
Antítese – “o império se desfez”
->O poeta evoca “o Senhor”, para que surja uma nova acção sobre o homem de forma a trazer de volta a glória do povo Português.
Síntese
- O poema é dramático e apresenta um apelo final, para que surja um novo ciclo de:
Vontade de Deus – sonho do homem – surgimento da obra;
Mas como é mais belo sugerir do que afirmar, o poeta faz isso mesmo, sugere que surja uma nova vontade de Deus!
Análise formal:
Vocabulário:
- Eufórico e luminoso: “orla branca”; “Clareou”;
- Carregado de conotações simbólicas:
->“sagrou”- sagrar – sagrado por Deus; “
->"desvendando a espuma”,
->“Mar” e “Mãe” letra maiúscula para dar grandeza;
->“azul profundo” – mar imenso e misterioso;
->“redonda” - a esfera é o símbolo da perfeição que só poderia surgir de uma divindade;
- Verificam-se frases curtas
- Existem três personagens: Deus, o Infante (povo português) e o poeta;
- Regista-se uma passagem: presente – passado – presente; reforçando a ideia de tese – antítese – síntese;
- Existem três quadras, os versos são decassílabos, acentuados na 6ª e 10ª sílabas;
Ritmo largo e esquema rimático: ABAB, CDCD, EFEF; permite que as palavras-chave se encontrem no final dos versos;
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